Se você está procurando um bom entretenimento, ou mesmo precisa de uma boa história para sair da ressaca literária, os livros de suspense podem ser a pedida ideal! Trouxe, nesta lista, 11 indicações de obras já clássicas e outras contemporâneas do gênero — mas cuidado, não é uma boa ideia começar a leitura de noite caso você precise acordar cedo no dia seguinte. Depois não diga que eu não avisei!
1. A garota no trem
Rachel definitivamente não está no melhor momento de sua vida: é uma mulher divorciada, está cheia de problemas psicológicos e perdeu o emprego. No entanto, para não revelar essa última parte à sua colega de apartamento, todos os dias ela sai de casa pela manhã e pega o mesmo trem que utilizava para ir trabalhar.
Pela janela do trem, ela observa, dia após dia, obsessivamente, tanto a casa em que morava com seu ex-marido (e que atualmente ele divide com a nova esposa), quanto outra casa próxima, na qual mora um casal para o qual ela criou toda uma história em sua cabeça.
Um dia, no entanto, seu “conto de fadas” começa a desmoronar quando ela vê a moça com outro homem na varanda da casa — e, no dia seguinte, fica sabendo de seu desaparecimento. Por tê-la visto com outro homem, Rachel tem certeza de que pode contribuir com a investigação desse desaparecimento e, por isso, passa a se envolver no caso e acaba entrando no meio de uma história cheia de intrigas e que, inclusive, envolve seu ex-marido.
Abordando temas como gaslighting e empoderamento feminino, o thriller, que ganhou o Goodreads Choice Award em 2015 na categoria mistério não só te deixa de olhos arregalados do início ao fim como propicia inúmeras reflexões. O filme homônimo é estrelado por Emily Blunt e tem nota 6,5 no IMDB.
2. O impulso
“Diz-se com frequência que o primeiro som que se ouve no útero
é o das batidas do coração da mãe. Na verdade, o primeiro som
que faz vibrar o aparato auditivo recém-desenvolvido é o do
sangue da mãe pulsando nas veias e artérias. Vibramos com esse
ritmo primordial antes mesmo de termos orelhas para ouvir. Antes da
concepção, experimentamos uma existência parcial como óvulo no
ovário da mãe. Todos os óvulos que uma mulher produzirá se
formam quando ela é um feto de quatro meses no útero da mãe.
Isso significa que nossa vida celular como óvulo têm início no útero
de nossa avó. Todos passamos cinco meses no útero da avó, que por
sua vez foi formada no útero da avó dela. Já vibramos ao ritmo
do sangue de nossa mãe antes que ela mesma nascesse […].”
When the Drummers Were Women:
A Spiritual History of Rhythm, Layne Redmond
É com essa epígrafe escolhida à dedo que Ashley Audrain nos imerge em sua história desde as páginas iniciais de seu livro, que nos apresenta a história de Blythe, uma mulher que estava decidida a ser a mãe perfeita que nunca teve — e que sua mãe, tampouco, teve. No entanto, desde o início da obra nós sabemos que não foi bem isso que aconteceu.
Blythe está espiando pela janela do carro a casa em que seu ex-marido agora divide com a atual esposa, com quem tem um menino e está à espera de outro bebê. A filha que ela mesma teve com ele, Violet, também está lá, e tudo o que ela quer é contar para ele a sua versão dos fatos.
No livro, somos leitores, então, das páginas a fio que Blythe escreve para seu ex-marido sobre seu relacionamento, sua relação com a maternidade e, principalmente, sobre sua filha Violet e como ela acredita que ela é uma criança estranha e diferente do comum desde que nasceu. Será que as crianças realmente podem nascer más?
No meio disso tudo, somos apresentados também a poucos fragmentos da história passada, que nos apresentam a vida da mãe e da avó de Blythe e entendemos o quanto essa linhagem de maternidades compulsórias e complexas pode ter deixado marcas na própria experiência da protagonista.
3. It: A coisa
Stephen King é reconhecido como um dos maiores escritores do gênero de thriller e terror de todos os tempos — e não é à toa. Alguns de seus livros já se tornaram clássicos, como Carrie, a estranha e It: A coisa.
Neste último, acompanhamos um grupo de amigos conhecido como “clube dos otários”, já que são sempre excluídos e sofrem bullying dos demais meninos da escola. Em 1958, durante as férias, eles precisaram se unir mais do que nunca para enfrentar uma criatura tenebrosa e sobrenatural que deixou marcas profundas em todos eles e na cidade. Trinta anos depois, essa criatura volta e eles precisam se encontrar novamente, cumprindo a promessa que fizeram de que sempre a enfrentariam juntos.
O livro de 1104 páginas pode até assustar, à primeira vista, pelo tamanho — mas desbravá-lo certamente traz sustos ainda maiores.
4. A assombração na casa da colina
Shirley Jackson foi uma escritora norte-americana que viveu entre 1916 e 1965 e se consolidou na literatura por meio de suas obras de terror e mistério. Sua obra, no entanto, só começou a ganhar mais atenção no Brasil por conta da adaptação para a Netflix na série A maldição da residência Hill.
Se você já assistiu à série, no entanto, não precisa desanimar: ela é apenas baseada no livro, não uma fiel adaptação, e percorrer estas páginas ainda vai te trazer uma história inédita.
Tudo começa quando o Dr. Montague resolve enviar cartas convidando um seleto grupo de pessoas que já viveram experiências sensitivas para desbravar, junto com ele, a conhecida e assombrada casa da colina.
Eleanor, Theodora e Luke aceitam esse convite – e a partir de então os quatro viverão um verdadeiro thriller psicológico dentro da casa. Ou seria… dentro de suas próprias cabeças?
5. O casal que mora ao lado
Imagine a situação: você tem um bebê de seis meses e raramente sai de casa desde que ele nasceu. Precisa desesperadamente mudar um pouco de ares, conversar com outros adultos, e é chamado para um social na casa ao lado da sua. Em cima da hora, no entanto, a babá diz que não tem como ficar com o bebê. Você vai mesmo assim?
Anne não estava muito confiante com a ideia, mas seu marido a convenceu, já que a casa dos vizinhos era exatamente ao lado e eles poderiam levar a babá eletrônica, bem como checar a bebê de tempos em tempos para saber se tudo ia bem.
Quando eles voltam para casa após uma noite um tanto desagradável para ela, no entanto, a porta está aberta e seu pior pesadelo se concretiza: a criança sumiu.
Um processo investigatório exaustivo e o peso das opiniões públicas cai com todas as forças em cima de pais que se veem envolvidos em muitas mentiras e segredos. O livro mostra o quanto as pessoas são capazes de tudo quando estão sob pressão — inclusive você mesmo, que, sob a pressão total do livro, dificilmente conseguirá fechá-lo antes de terminar.
6. A paciente silenciosa
Alicia Berenson era uma pintora famosa, casada com um fotógrafo também muito bem sucedido, e morava em uma área nobre de Londres. Podia considerar que tinha a vida perfeita, até que, um dia, deu 5 tiros no rosto do marido e nunca mais abriu a boca.
Sua recusa completa em dizer qualquer coisa sobre o assunto ou dar qualquer explicação em sua defesa faz com que o assunto bombe na mídia e seus quadros passem a ser ainda mais disputados enquanto ela é levada para um hospital psiquiátrico judiciário.
O psicoterapeuta forense Theo Farber luta por uma oportunidade de trabalhar no caso e tem certeza que será a pessoa que conseguirá fazer Alicia falar. Será mesmo? Quais são os verdadeiros e profundos motivos do silêncio de Alicia e quem seria a pessoa empática o suficiente para saber ouvir quando ela decidir falar?
7. Pequenas grandes mentiras
O livro de Liane Moriarty não parece, à primeira vista, um livro de suspense. Ele se passa em uma península na Austrália e conta, principalmente, a história de três mães, que se entrelaça porque seus filhos estudam na mesma escola.
Acontece que no meio das pequenas confusões e desentendimentos relacionados a filas na saída da escola, escolhas políticas para apresentações teatrais e brigas entre as crianças, sabemos que ocorreu uma morte.
Um acidente? Um assassinato? Houve algum responsável? Quem morreu? Entre os capítulos que focam na história de Madeline, Celeste e Jane, somos apresentados aos relatos dados por outros personagens em um inquérito policial.
É só à medida que a trama evolui que as peças do quebra-cabeça começam a se encaixar e começamos a entender o que realmente pode ter acontecido.
No meio disso, acredite, outros pequenos mistérios são criados e solucionados o tempo todo pela potente escrita da autora que, certamente, consegue te deixar tão aficionado pelas histórias triviais de uma península australiana ensolarada quanto você ficaria com um filme de terror obscuro e cheio de sustos. Dê uma chance!
8. E não sobrou nenhum
Não tem como falar de livros de suspense sem falar da dama do crime! É muito difícil que alguém nunca tenha ouvido falar de Agatha Christie, a escritora inglesa conhecida por sua extensa produção de obras de mistério.
Muitos de seus títulos já se tornaram clássicos da literatura e geraram inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas mundo afora, e um deles certamente é E não sobrou nenhum.
Nessa história, dez personagens desconhecidos e sem nenhuma ligação aparente são convidados para visitar uma ilha isolada. Acreditando que passarão dias de mordomia em meio à paisagem bucólica, todos aceitam — e, desde a primeira noite, passam então a se encontrar em um clima de puro terror e mistério.
A cada dia uma pessoa do grupo morre e todos são vítimas e culpados ao mesmo tempo, enquanto o desconforto cresce e o leitor vira as páginas, tenta criar suas próprias resoluções e entender uma possível motivação que esteja por trás.
9. Cilada
Harlan Coben também já é um nome bastante conhecido entre os apaixonados por livros de suspense. Com mais de 30 livros publicados, o autor contemporâneo se tornou um fenômeno do gênero e tem fãs ao redor do mundo que esperam ansiosamente por suas novas publicações.
Cilada é o seu sucesso de 2010 que conta a história de Haley McWaid, uma adolescente modelo que é aluna exemplar, pratica esportes e sonha em entrar para uma boa universidade. Quando ela desaparece sem deixar vestígios, todos na cidade se envolvem no caso e começam a ter certeza de que o pior aconteceu.
Em paralelo acompanhamos a história de Dan Mercer, um assistente social que recebe um telefonema de uma adolescente pedindo ajuda e vai até o local indicado — quando é recebido por uma equipe de televisão, acusado ao vivo de pedofilia e morto pouco tempo depois de ser inocentado por falta de provas.
Qual será a ligação entre esses dois crimes? Quais verdades e segredos precisam ser revelados para que eles venham à tona? Isso você vai ter que ler o livro para descobrir.
10. O homem de giz
C. J. Tudor é mais uma escritora britânica que vem se tornando reconhecida pelos seus livros de suspense. O homem de giz é seu livro de estreia e gerou um enorme burburinho entre os leitores do gênero.
Com um universo que certamente cativará os fãs de Stranger Things e mesmo os de It: A coisa, a história se passa em dois momentos. Em 1986, acompanhamos um grupo de amigos que passa seus dias andando de bicicleta em uma cidade pequena em busca de aventuras. Para se comunicar secretamente, eles utilizam desenhos em giz — e é justamente um desenho misterioso que os levará a encontrar um corpo esquartejado no meio de um bosque.
Trinta anos depois eles recebem o mesmo aviso em forma de desenho, mas é um dos amigos do grupo quem aparece morto, o que os faz ter certeza de que precisam descobrir o que aconteceu agora e há 30 anos.
11. Garota exemplar
Talvez você já conheça a adaptação cinematográfica deste livro que, protagonizada por Ben Affleck e Rosamund Pike, foi sucesso de bilheteria. De qualquer forma, vale a leitura mesmo se você tiver assistido, já que a atmosfera trazida pela escrita da autora Gillian Flynn é inebriante.
Na história conhecemos o casal Nick e Amy no dia de seu quinto aniversário de casamento, em que Amy desaparece e todos os sinais indicam sequestro. Nick passa rapidamente de marido desesperado para principal suspeito do caso e, a partir de então, acompanhamos um exaustivo processo de investigação com muita pressão da mídia, linchamento público e ataques da família de Amy que deixarão Nick cada vez mais acuado.
Os capítulos se alternam entre as vozes dele e a própria Amy e, até as páginas finais, fica muito difícil concluir qualquer coisa — embora seja um desafio fazer a sua mente parar de tentar encontrar soluções.
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