livros do john green

Livros do John Green: para conhecer, refletir e se divertir

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Nesta seção do Opiniões Certificadas apresentamos escritores, comentando fatos relevantes de suas vidas e trajetórias profissionais e listando suas obras. Portanto, se você ainda não conhece John Green, pode se acomodar na cadeira porque chegou a hora!

Quem é John Green

John Green é um escritor e vlogger americano nascido em 1977 em Indianápolis. Por meio tanto de suas produções literárias como audiovisuais ele ganhou enorme reconhecimento entre seu público-alvo, os jovens, e suas obras foram traduzidas para diversos países e se tornaram um enorme sucesso de público e crítica. 

Formado em língua inglesa e em estudos religiosos, Green chegou a pensar em se tornar pastor, mas depois de trabalhar com crianças em um hospital pediátrico ele conta que ganhou inspiração para escrever — não coincidentemente, seu livro mais famoso traz uma protagonista com câncer infantil. 

Em 2021, após um hiato de 4 anos, John Green apareceu pela primeira vez com um livro de não-ficção e foi ler esse livro e me reencontrar com o autor o que me motivou a parar para escrever este texto, compilando todos os seus livros — solo ou, até mesmo, em grupo! Siga na leitura para conferir.

Conheça sua obra

Primeiro, vou apresentar em ordem cronológica os livros-solo do autor.

Quem é você, Alasca (2005)

Vou começar a falar desse livro dizendo que sou viciada em guardar frases. Gosto de decorar começos de livros favoritos, às vezes alguns finais e sim, também acumulo bordões. Sendo assim, não foi difícil me identificar de cara com Miles, o narrador de Quem é você, Alasca que gosta de colecionar as últimas palavras que pessoas famosas disseram antes de morrer.

O mote de sua vida vem sendo a do poeta François Rabelais, que morreu dizendo que iria “em busca do grande talvez”. Cansado de sua vida comum, Miles também quer descobrir qual é o seu grande talvez e é nisso que está pensando quando sai de casa para estudar em um internato.

Lá ele conhece Alasca Young, uma garota muito diferente de todas as que ele já viu até então. Se deixarmos de lado a problemática da Manic Pixie Dream Girl, dá para mergulhar no relacionamento dos dois e vivenciar aos poucos a transformação profunda que ela trará para a vida de Miles. Quer outro motivo para ler? O livro é dividido em duas partes: Antes e Depois. Se você for como eu, não vai conseguir parar de ler até entender “depois de que” a segunda parte acontece. 

O Teorema Katherine (2006)

É comum que as pessoas tenham um “tipo” para relacionamentos amorosos. Há quem goste, sei lá, de morenos com barba. Colin, o protagonista de O Teorema Katherine gosta, vejam bem, de garotas chamadas Katherine. 

Acontece que ele já levou um fora de 19 Katherines e, sendo um garoto prodígio, ficou obcecado para criar um teorema matemático que explicasse tudo isso e conseguisse prever, então, qual futura Katherine será aquela que vai ficar e com quem ele vai viver sua grande história de amor.

Em meio a tudo isso ele empreende uma jornada de carro com seu melhor amigo Hassan (um dos melhores personagens que John Green criou, na minha humilde opinião) que nos arranca boas risadas. Vou confessar: O Teorema Katherine é o meu livro menos preferido do autor — mas mesmo assim ele é interessante e divertido, pode acreditar.

Inclusive, uma das coisas que eu acho mais fascinantes em John Green é que conheço pessoas que favoritaram cada um de seus diferentes livros, então pode ser que esse também seja o seu.

Cidades de Papel (2008)

Em Cidades de Papel acompanhamos a jornada de Quentin Jacobsen, um adolescente que é completamente apaixonado pela sua vizinha Margo Roth, uma menina muito diferente dele. Enigmática e aventureira, Margo aparece em sua janela de madrugada para propor travessuras pela cidade, às quais Quentin se rende só para estar perto dela.

A questão é que ela sempre disse que um dia iria sumir — e ele nunca acreditou, até o dia em que ela, de fato, desaparece. O menino então coloca na cabeça que esse é só mais um de seus jogos e que ela sumiu apenas para que ele a encontre. 

“Ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um” é a frase que se tornou um grande bordão do livro que, no fim das contas, você vai ter que ler para descobrir sobre o que é de verdade.

A culpa é das estrelas (2012)

Chegamos neste momento da lista e eu não sei nem o que dizer. Alguns infinitos são maiores que outros e alguns amores, também. Como uma boa apaixonada por literatura eu já me encantei por muita coisa escrita nessa vida — e poucas delas se comparam, no meu coração, ao que sinto por A culpa é das estrelas

Muita gente prefere fugir de uma história sobre adolescentes-apaixonados-com-câncer e eu entendo perfeitamente, mas só agradeço por não ter corrido. Hazel Grace e Augustus Waters me ensinaram tanto sobre a vida que eu só sei sentir quando penso nessa obra, não sei falar.

O que posso dizer é que o livro começa quando Hazel, aos 17 anos, recebe o diagnóstico de depressão, o que a médica diz ser um efeito colateral do câncer. Na verdade, ela acha que é um efeito colateral de estar morrendo, já que viver há anos na fase terminal de uma doença não é nada fácil. 

É quando conhece Gus Waters em grupo de apoio para adolescentes com câncer (ao qual ela foi obrigada pelos pais) que ela descobre que pode existir vida para além de sua condição de “doente terminal”. 

Com seu impreterível otimismo e alegria, o adolescente que está na fase de remissão de um osteossarcoma que levou uma de suas pernas, quer mostrar para ela o quanto o amor vale a pena e como é possível se divertir e buscar pelos seus sonhos. 

Só de pensar nessa história de novo eu choro. Preciso reler com urgência. 

Tartarugas até lá embaixo (2017)

Aza Holmes, a protagonista de Tartarugas até lá embaixo, é uma menina de 16 anos que lida com um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ela quer, no entanto, descobrir como viver fora da prisão que a sua cabeça significa e, para isso, se envolve na aventura de descobrir o paradeiro de um bilionário desaparecido.

Seus esforços para se livrar das espirais de pensamentos negativos são muito bem retratados no livro e com muito lugar de fala, visto que o próprio John Green tem TOC e, por isso, soube falar do assunto com muito respeito e delicadeza, em um livro divertidíssimo, cheio de referências a cultura pop e a presença, até mesmo, de um exótico tuatara — um réptil super diferentão que, aparentemente, se tornou dono de uma grande fortuna. Para entender, você vai ter que ler.

Antropoceno: notas sobre a vida na terra (2021)

O livro mais recente do autor acabou de sair do forno e é uma obra de não-ficção que nasceu de seu podcast, Anthropocene Reviewed. A proposta de Green, nos dois casos, é de avaliar com estrelas os mais variados assuntos que rodeiam o antropoceno, que é o período geológico em que estamos vivendo.

Em meio a textos sobre ursinhos de pelúcia, ar condicionado e até mesmo atrações de parques da Disney, John faz reflexões rápidas e interessantes antes de avaliar cada um dos conceitos que aborda. Com ele, refletimos sobre esse momento da vida e as inúmeras contradições e problemas da sociedade em que vivemos. 

Para Antropoceno: notas sobre a vida na terra eu dou 4 estrelas.

Agora vou apresentar os livros nos quais John Green participa em co-autoria. 

Deixe a neve cair (2008)

Deixe a neve cair traz três histórias que se passam na época do Natal em meio a uma grande nevasca que pega diferentes personagens desprevenidos. Cada um dos contos é escrito por um autor e, portanto, além de John Green, o livro é de Maureen Johnson e Lauren Myracle.

Apesar de cada história se fechar em si mesma, o mais interessante é que elas se entrelaçam em alguns momentos e os personagens de uma acabam cruzando com os personagens da outra, o que faz com o que o livro seja mais redondinho e gostoso de ler: às vezes dá vontade de continuar só para entender como cada personagem vai aparecer na história do outro.

No conto de John Green, que é o segundo, acompanhamos um trio de amigos que ficou sabendo sobre um trem que foi impedido de seguir viagem por conta da nevasca e que transportava uma equipe de líderes de torcida. 

Os dois meninos que compõem o trio ficam muito ouriçados com a possibilidade de conhecer várias meninas novas, o que os faz partir para uma cafeteria onde elas estarão. Enquanto isso, Duke, a amiga, se sente deixada de lado mais uma vez por ser vista sempre como “só mais um dos moleques”.

Para quem gosta de ler livros temáticos de acordo com o período do ano, essa é uma ótima pedida para o mês de dezembro.

Will & Will: um nome, um destino (2010)

Esse livro tem uma proposta totalmente diferente de co-autoria. Ao invés de contos que se entrelaçam, temos uma história com dois protagonistas — e cada autor é responsável por um deles! 

Como o próprio título mostra, o destino dos personagens começa a ser traçado por meio de seus nomes: Will Grayson e Will Grayson! Os dois adolescentes se conhecem de forma totalmente improvável e, ao descobrirem que possuem o mesmo nome, se tornam imediatamente amigos e passam a dividir as dores, tempestades e descobertas da adolescência.

Um dos Wills é gay e está passando por um momento extremamente delicado de precisar reunir coragem para se abrir com a família. O outro, por sua vez, tem um melhor amigo gay bem resolvido e expansivo que vai acabar participando da jornada do primeiro.

O livro marcou a história por ser o primeiro livro com personagens gays a aparecer na lista do The New York Times e, com isso, certamente foi uma grande porta para as histórias com muito mais representatividade que podemos encontrar recheando as prateleiras das livrarias nos dias de hoje. 

Agora eu terminei de falar dos livros do John Green, mas se você acha que acabou está enganado! Continue a leitura rapidinho porque tenho uma indicação bônus.

O livro do Hank Green


Hank Green é o irmão mais novo de John, grande companheiro do autor em seu canal Vlogbrothers e que, mais recentemente, também decidiu se aventurar no mundo da escrita.

Créditos da imagem: The Verge

Uma coisa absolutamente fantástica (2018)

Vou começar confessando mais uma coisa: eu já estou chegando nos 30 anos e guardo a literatura jovem com muito carinho no meu coração, mas não me interesso mais pela maioria dos títulos lançados, algo que acho perfeitamente natural.

Seguirei lendo John Green enquanto ele publicar porque ele já me cativou enquanto eu estava naquele momento da vida, mas as chances de que eu iria simplesmente ignorar o livro do Hank eram enormes — até que, me perdoem o trocadilho infame, Uma coisa absolutamente fantástica aconteceu.

Acredito que em uma ação de marketing da editora na qual o objetivo era que alguns exemplares do livro fossem perdidos pela cidade, meu sogro achou um e, como sabe que estou sempre lendo, me deu de presente. 

Mais uma vez eu poderia ter deixado o livro na estante ao lado dos inúmeros outros livros que ainda não li: mas no dia seguinte eu tinha marcado uma praia com uma amiga para ler, e não queria levar para a praia o livro pesado que eu estava lendo.

Resumo da ópera: levei o livro de Hank na bolsa e QUE BOM QUE EU FIZ ISSO. Peço perdão por toda essa história e também pelo caps lock, mas é muito difícil ter compostura para falar de coisas que eu gosto demais.

Uma coisa absolutamente fantástica era tudo o que eu precisava e não sabia. Um livro leve e divertido que ainda nos faz pensar sobre uma porção de coisas. Na história, acompanhamos a jovem April May que, ao voltar para casa de madrugada depois de mais uma longa noite de trabalho, esbarra com uma escultura gigante que ela jura que não estava ali antes.

Impactada, ela chama seu melhor amigo Andy para que eles gravem um vídeo sobre a escultura e postem em seu canal. O que eles não faziam ideia é que foram as primeiras pessoas a esbarrar com o suposto “robô gigante” que apareceu sem mais nem menos em variadas cidades ao redor do mundo sem que ninguém consiga entender como.

Enquanto os cientistas tentam investigá-las para provar a todo custo que são feitas de materiais conhecidos, as hipóteses são descartadas uma após a outra e a sociedade começa a entrar em pânico na certeza de que é uma obra alienígena. Enquanto todo mundo endoida, April precisa amadurecer para lidar com a fama repentina de ter sido “a descobridora” e todos os impactos que isso carrega. 

O livro já ganhou uma continuação que ainda não foi publicada no Brasil, portanto, só recomendo o primeiro aqui na lista, mas estou de olho no próximo e, quando vocês lerem, ficarão também, eu tenho certeza.

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Imagem de capa: IGN Brasil

Atualizado em 2024-04-05 / Links afiliados (Affiliate links) / Imagens de Amazon Product Advertising API

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