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Discos de vinil do Rush: saiba como escolher e onde comprar!

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Formada no final década de 1960 no Canadá, a banda Rush tornou-se um marco na história do rock das próximas décadas. Apelidada pelos fãs de “trindade sagrada”, o conjunto era composto por três músicos excelentes e muito bem entrosados e deixou sua marca no hard rock e no rock progressivo, sempre incorporando elementos de blues, reggae e new wave com muita competência.

Quando se fala em disco de vinil do Rush, costumam surgir uma série de pontos de vista diferentes sobre qual é o melhor, justamente pelo conjunto ter passado por fases muito distintas. 

Pensando nisso, elencamos sete dos álbuns que costumam ser mais citados como influência pelos fãs e até outros músicos. Está em dúvida sobre qual disco do Rush girar na agulha? Continue com a gente na leitura!

1. Fly By Night (1975)

Após o lançamento de seu álbum de estreia, Geddy Lee (baixista) e Alex Lifeson (guitarrista) entraram em desacordo com o primeiro baterista do Rush, John Rutsey. Na época, o músico tinha problemas de diabetes e consumo de bebidas em excesso, além de alegar divergências musicais, e acabou concordando em deixar os companheiros.

Para substituí-lo, testaram alguns bateristas, e entre eles quem se destacou foi justamente Neil Peart, um rapaz alto, inteligente e tímido. Após sua entrada na banda, seria fechada a famosa “trindade sagrada”, formação definitiva que perdurou por quase cinquenta anos.

Fly By Night, o segundo disco de estúdio, foi composto quase inteiramente durante a turnê de divulgação do trabalho anterior. Aqui, a banda já conseguiu caprichar melhor nas canções e na gravação, deixando tudo mais redondinho.

Um bom exemplo é a faixa de abertura “Anthem”, que possui um riff de guitarra e baixo em uníssono e permite que a bateria brinque com diferentes dinâmicas. “By-Tor and the Snow Dog” , que fecha o lado A, é a primeira música do Rush a chegar próxima de dez minutos de duração e ser dividida em pequenas partes menores.

O destaque maior vai justamente para a faixa-título, um hard rock que demonstra bem a capacidade do trio em construir melodias e harmonias cativantes, com um altíssimo nível técnico.

Esse disco costuma ser o preferido de muitos fãs da primeira fase do Rush por demonstrar o processo de busca por um som próprio, e, ao mesmo tempo, seu desenvolvimento. 

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2. 2112 (1976)

Em seus primeiros discos, o Rush ainda tinha uma abordagem voltada ao hard rock, sendo muito comparado a bandas como o Led Zeppelin. Essa falta de identidade preocupava a gravadora, que estava insatisfeita com o baixo sucesso comercial do conjunto.

2112, o quarto álbum de estúdio dos canadenses, foi o primeiro apogeu do que viria a ser considerada posteriormente a sonoridade do Rush. Lançado após um período conturbado e de incertezas, o trio apostou todas as suas fichas e conseguiu dar vida a uma verdadeira obra-prima do rock progressivo.

Novamente, podemos citar a entrada de Peart como fator determinante. Com menos de um ano e meio de banda, ele conseguiu dar o gás que todos precisavam e ainda atuar como letrista nas composições da banda, agregando um peso intelectual às obras seguintes.

A faixa homônima que abre o disco (e ocupa todo o lado A) é dividida em 7 partes, entre passagens instrumentais e cantadas. A letra aborda de conceitos de religião e mitologia a ideias apresentadas no romance distópico Anthem, da escritora russo-americana Ayn Rand.

A segunda parte do álbum é composta por cinco faixas mais curtas, incluindo “The Twilight Zone“, inspirada no programa de TV Além da Imaginação, e “A Passage to Bangkok”, uma canção divertida que falava sobre o turismo por drogas que acontecia nos anos 1970. Apesar de toda a complexidade, ainda conta com baladas mais “simples” como “Lessons”, composta inteiramente pelo guitarrista Alex Lifeson.

Com esse trabalho, a banda alcançou as maiores posições nas paradas de sucesso até então: o 5º no Canadá, seu país de origem, e o 61º lugar nos Estados Unidos, que apesar de não ter chegado ao topo, fomentou a entrada da banda no mercado americano, fosse para a vendagem de álbuns seguintes ou para as turnês de divulgação, que foram um sucesso.

Até hoje, 2112 é referido por artistas, produtores musicais, fãs e mídia especializada como um dos álbuns mais influentes do rock. Um marco na carreira do Rush e que certamente deve estar na sua coleção.

A edição abaixo, disponível na Amazon, é uma versão remasterizada a partir das fitas master originais, lançada em 2016 como comemoração aos 40 anos do álbum. Possui um holograma na parte central do disco que aparece quando ele é tocado. Um item de colecionador!

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3. Permanent Waves (1980)

Em 1977, o movimento punk explodiu em todo o mundo, trazendo de volta a simplicidade e a franqueza para o rock, que passava por um momento cheio de pompa e exuberância. Para muitos músicos de progressivo, isso era uma ameaça – não para o Rush.

Em entrevista ao site Louder Now, Lee e Lifeson contaram que ficaram animados com as mudanças que vinham acontecendo e se deixavam influenciar por novos sons. “Nós não estávamos apenas no nosso mundinho”, afirmou o guitarrista.

Isso pode ser muito bem observado em Permanent Waves, disco lançado na virada para a década de 1980. Os riffs têm novas sonoridades, os grooves já exploram ideias de reggae e new wave e os teclados servem de cama para todos os instrumentos.

Além disso, os desgastes com a gravação de músicas gigantes e virtuosas nos discos anteriores fez com que eles buscassem soluções mais simples, e apesar de ainda “cometerem” algumas composições longas, elas não exigiam tanto trabalho no estúdio como antigamente.

The Spirit Of Radio era um exemplo do que o novo Rush buscava: apesar da interpretação técnica impecável, a assimilação da letra era mais fácil ao público e a inovação tinha como alvo a exploração de novos ritmos e timbres.

Outras faixas que se destacam são Freewill, canção com compassos quebrados que retoma temas religiosos como o livre-arbítrio, e “Different Strings, balada que combina as melodias vocais de Lee a um lindo dedilhado de Lifeson.

Permanent Waves mostra uma banda que, apesar de já ter acertado na fórmula, não teve medo de se reinventar e acrescentar novos elementos a suas músicas. Em meio a um turbilhão de novos sons, fizeram questão de procurar as melhores ondas para surfar.

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4. Moving Pictures (1981)

Juntamente com 2112, o Moving Pictures é citado como um dos trabalhos mais importantes do Rush. Lançado em 1981, foi o oitavo disco de estúdio do trio, e já apresentava uma sonoridade bastante diferente.

Após a aceitação do disco anterior, a banda mergulhou-se ainda mais em novos elementos, como os teclados e sintetizadores de Geddy Lee, instrumentos melódicos de percussão de Neil Peart e as guitarras com encordoamentos e afinações diferentes de Alex Lifeson. 

Apesar de ainda ter um pezinho no rock progressivo, esse álbum dá uma nova cara ao som da banda, tornando-o muito mais palatável ao grande público. Um exemplo disso é a faixa de abertura, “Tom Sawyer”. Construída a partir de riffs complexos de guitarra e teclado e uma performance icônica na bateria, a melodia e a letra são muito acessíveis e memorizáveis.

Outras canções cativantes são “Red Barchetta”, inspirada no conto A Nice Morning Drive de Richard Foster, sobre a liberdade de poder dirigir um carro, e “Limelight, um desabafo sobre como é difícil ser alguém tímido e introspectivo, e ainda assim ter uma série de olhares voltados para si. Ambas as letras são de Neil Peart. 

As faixas mais progressivas do álbum são “The Camera Eye”, que tem mais de 10 minutos e é uma espécie de crônica sobre as diferenças na vida de moradores de Nova Iorque e Londres, e “YYZ”, faixa instrumental cheia de virtuosismos e compassos quebrados que demonstra todas as habilidades que a banda podia oferecer.

Com Moving Pictures, o Rush chegou no primeiro lugar das paradas canadenses e em terceiro nos Estados Unidos e Reino Unido, tornando-se uma banda de alto escalão e vendendo mais de quatro milhões de cópias. Merece ser ouvido com carinho e até o talo no seu toca-discos.

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5. Grace Under Pressure (1984)

Dez anos após o lançamento de seu primeiro disco, a trindade já havia renovado sua sonoridade dezenas de vezes, o que os fazia agregar cada vez mais diferentes tipos de fãs. Grace Under Pressure é um trabalho apontado como favorito por admiradores da fase mais new wave da banda.

Nesse registro, a banda abusa de efeitos digitais, seja nos sintetizadores tocados por Geddy Lee, nos pedais de guitarra de Alex Lifeson ou no kit de bateria híbrido de Neil Peart, com pads e efeitos eletrônicos. 

Vale lembrar que, a essa altura, o instrumento de Peart já tinha dezenas de tambores, diferentes pratos e até um xilofone em que fazia construções melódicas. Isso não o impediu de acrescentar esses novos efeitos eletrônicos, e segundo o próprio baterista declarou na revista Drum! Magazine, “sem a intenção de sacrificar nada de minha bateria acústica”.

Um dos resultados desse novo kit é Red Lenses, que mistura o synth rock do Rush a grooves de samba e cadências do funk americano. A mixagem dessa faixa também é um show à parte, já que brinca muito bem com as possibilidades do som estéreo.

O single mais conhecido desse trabalho é Distant Early Warning, uma letra que lança mão de figuras bíblicas para abordar a relação entre pais e filhos. A cançãoRed Sector A também permaneceu no setlist da banda por muitos anos e se utiliza de uma atmosfera militar para debater questões como os campos de concentração e os horrores das guerras.

Se você está acostumado com o Rush clássico, pode ser que estranhe essa fase da banda, porém ela também tem muito valor. Novamente, é possível ver que o trio sempre buscou aprimorar-se e fazer tudo com maestria durante toda a carreira.

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6. A Show Of Hands (1989)

O Rush não colecionava êxitos somente em estúdio, e ficou conhecido por conseguir executar com perfeição todas as maluquices complexas que gravava. Para mostrar essa faceta, era praxe que fizessem um disco ao vivo, resumindo a fase mais recente da banda.

Entre os álbuns ao vivo, é possível destacar A Show of Hands, lançado no final da década de 1980, entre a fase new wave. É muito interessante notar os arranjos de canções mais antigas da carreira do trio, como Closer to the Heart e Witch Hunt.

A maior parte do repertório, entretanto, é composto de faixas dos cinco álbuns anteriores, cuja parte instrumental é carregada de sons eletrônicos, tocados com a mesma virtuosidade de frente.

Faixas como “Time Stand Still e Subdivisions”, por exemplo, mostram muito bem a qualidade da bateria híbrida de Peart, além da versatilidade de Lee, que toca diferentes tipos de teclado, sintetizadores, baixo e ainda comanda as linhas vocais.

Foi gravado em diferentes cidades dos Estados Unidos, além de Birmingham, na Inglaterra, reunindo as melhores performances da turnê. Um registro que vale a pena ter na coleção!

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7. Time Machine (2011)

Em janeiro de 2020, Neil Peart acabou falecendo em decorrência de uma longa luta contra o câncer, deixando um imenso e belo legado para muitos músicos ao redor do mundo. Com isso, o Rush encerrou de vez sua carreira, mesmo não se apresentando desde 2015. Era impossível continuar sem uma de suas três peças-chave.

Um dos últimos registros ao vivo da trindade sagrada foi justamente durante a turnê Time Machine, de 2011, que passou pela América do Norte, Europa e América do Sul, incluindo dois shows no Brasil.

O áudio do vinil foi gravado durante uma única apresentação em Cleveland, Ohio, com um total de mais de 2 horas e 20 minutos de duração. O setlist contém as principais fases da banda com novas roupagens, assim como nos trabalhos ao vivo anteriores.

Um disco de vinil quádruplo do Rush para visitar o melhor da obra deixada pelo Rush, uma banda que soube se reinventar e permear em diversos estilos, e hoje é certamente um dos pontos altos do rock mundial.

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Entre tantos disco de vinil do Rush, é muito difícil escolher um favorito. Além desses sete, a obra da trindade sagrada inclui dezenas de outros álbuns, entre gravações de estúdio, ao vivo e coletâneas, todos com muito valor e com pelo menos uma canção marcante.

E para você, qual o melhor álbum do trio canadense? Deixe um comentário para a gente aqui embaixo!

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